Filiado ao PTB, que em Campos é forte aliado do governo Rosinha Garotinho (PR), Aluizio ressaltou que a contrapartida é exatamente a mesma em São João da Barra, nas sólidas relações entre seu partido e o governo Carla Machado. Encarado não apenas por Betinho como uma espécie de plano B da prefeita para sua sucessão, ele discordou da visão, embora tenha se mostrado aparentemente aberto a compor a chapa da situação como vice. Caso consiga ser o cabeça e se eleger prefeito, Aluizio admitiu que aproveitará a experiência do seu irmão, o empresário Guilherme Siqueira, que atua nas obras públicas do governo Carla, “como apoio nos projetos de infraestrutura do município”. Quanto à pesquisa que irá definir entre ele, Neco ou Alexandre Rosa (PPS) como candidato governista, o vereador revelou aqui que o prazo da decisão final já está agendado por Carla: dezembro.
Folha da Manhã — Em 18 de julho, quando a prefeita Carla Machado anunciou aqui os pré-candidatos governistas, você disse aqui que até a pesquisa do IGPP definir os nomes de Neco, de Alexandre Rosa e o seu, ainda nem havia pensado nessa possibilidade, mas passaria a pensar. De lá para cá, o que passou do pensamento à prática em busca desse novo objetivo?
Aluizio Siqueira — Quem ama o que faz, tem por objetivo, crescer a cada dia na carreira que exerce. Comigo não é diferente, procuro sempre dar o melhor de mim em tudo que faço. Continuo presente no dia a dia do município, buscando soluções para as necessidades da população. Tenho mobilizado meu grupo político, através de reuniões em todas as localidades de SJB, apresentando minhas propostas e meu nome, como a mais nova opção para 2012.
Folha — Em entrevista aqui, o ex-prefeito Betinho Dauaire declarou que se o nome do empresário Ari Pessanha constasse dessas pesquisas governistas, teria mais intenções de voto do que você, Neco e Alexandre juntos. Por que o nome de Ari não está entre as opções governistas? Ele estava na pesquisa do IGPP que definiu as três pré-candidaturas da situação?
Aluizio — Mas quem garante que o nome de Ari não esteve presente na pesquisa? Essa é uma resposta que só quem encomendou a pesquisa poderá dar. Na verdade, vejo nesta declaração do ex-prefeito uma vontade enorme de causar um mal estar entre o grupo da prefeita Carla Machado e o amigo Ari Pessanha. Atitude típica de político profissional, que em 2004 não se dedicou na campanha do seu então candidato Ari, que inclusive, acabou sendo derrotado pela prefeita Carla Machado.
Folha — Entre os três pré-candidatos de Carla, até Betinho admite que você seria o mais preparado. A opinião, aliás, é comungada por muita gente da oposição e da situação. Em que você seria melhor preparado do que Neco, Rosa, ou o próprio Betinho, para governar São João da Barra?
Aluizio — Todos temos qualidades e defeitos. Partindo deste princípio, não vejo em nenhum de nós condições de julgar os outros. Esse é um poder exclusivo da população sanjoanense. O que posso garantir, é que me sinto preparado para governar o município. Tenho essa convicção, graças ao que venho vivendo e aprendendo, diariamente, com o povo amigo de São João da Barra.
Folha — Indagado sobre a tática de se questionar o preparo de Neco para ser prefeito, Betinho disse que ela estaria sendo na verdade empregada pelos concorrentes governistas à vaga de candidato. O que diria a respeito, tanto sobre o preparo de Neco, quanto à tática de questioná-lo?
Aluizio — Esta é mais uma declaração maldosa, típica de político profissional, como é o caso do ex-prefeito. Ele sabe que a única chance de ganhar do nosso grupo, é tentando dividi-lo. Por isso, fica querendo criar polêmicas para causar mal estar dentro do grupo vencedor da prefeita. Sobre Neco, posso garantir que é um amigo leal, honesto, trabalhador e dedicado em tudo que faz. Quanto à tática de questioná-lo (em seu peparo), posso garantir, que da minha parte nunca houve questionamento.
Folha — Diante de um investimento bilionário do capital privado, com consequências diretas no plano nacional e mundial, como é o caso do Porto do Açu, o preparo técnico não deveria ser o fiel da balança na escolha governista? Confia mesmo na pesquisa como critério de escolha? Para quando ela está programada?
Aluizio — O que está em disputa, é uma indicação, para concorrer, no momento certo, a um cargo político. Questões técnicas serão avaliadas e executadas, por pessoas competentes, que serão escolhidas pelo gestor na hora certa. Quanto a pesquisa, foi o método escolhido pela nossa líder política, prefeita Carla Machado. Segundo a mesma, essa pesquisa será realizada em dezembro.
Folha — Como líder governista na Câmara e pré-candiato anunciado à Prefeitura, você já foi procurado por Eike Batista ou algum emissário para conversar sobre o futuro de São João da Barra a partir do Porto? Como otimizar seus impactos financeiros e minimizar suas consequências sociais no município?
Aluizio — Ainda não fui procurado. Tenho um bom relacionamento com os gerentes locais do porto do Açu. Inclusive, concedi títulos de cidadão sanjoanense a dois deles, em reconhecimento ao belo trabalho que estão desenvolvendo no município. Em relação aos impactos financeiros e sociais, darei continuidade a política de bom relacionamento entre o Executivo e os empreendedores, buscando compensações financeiras e sociais, principalmente na área de infraestrutura, saúde, meio ambiente e capacitação profissional, sempre priorizando a nossa maior riqueza, que é o nosso povo. Essas medidas são imprescindíveis para consolidar o desenvolvimento sustentável.
Folha — Betinho declarou aqui que você e Neco seriam capaz de unir os governistas, capacidade que Rosa não teria, por ter saído e voltado ao grupo. Seguindo esta linha de raciocínio, que não é exclusiva do ex-prefeito (aqui), você estaria sendo trabalhado como uma espécie de plano B, ou para compor a chapa como vice. Vê lógica no pensamento? Aceitaria ser vice de Neco ou Rosa?
Aluizio — Mais uma demonstração do ex-prefeito, em querer dividir o melhor grupo político de São João da Barra. Não me vejo como plano A, B ou C, sou um soldado do grupo da mulher guerreira Carla Machado, pronto a servir ao grupo e ao povo amigo de São João da Barra, no que for preciso.
Folha — Raciocínio também corrente na política sanjoanense é o de que você, embora já tenha dado provas de lealdade à prefeita, teria mais condições de abrir carreira solo. Neco já garantiu aqui que a participação de Carla, num eventual governo dele, seria bem vinda. E no seu?
Aluizio — Acompanho a Prefeita Carla desde 2000. Perdemos juntos e juntos vencemos. Com seu incentivo, entrei para a política e desde então venho trabalhando e aprendendo com essa grande professora. Com certeza, como prefeito, não abrirei mão da sua grande experiência.
Folha — Gersinho disse aqui que, após a eleição de 2008, quando ele e Alexandre derrubaram na Justiça a lei municipal feita para eleger Neco à presidência da Câmara pela terceira vez consecutiva, os dois primeiros procuraram você e o vereador Jonas(PMDB), propondo um sorteio entre os governistas, desde que sem Neco, para definir o próximo presidente, proposta que teria sido recusada por Carla. Foi isso mesmo? Se não, como se deu o rompimento? E, independente do motivo, valeu a pena?
Aluizio — Não. Em momento algum fui procurado com essa proposta de sorteio. Logo após a eleição em 2008, tive uma conversa com o vereador Gersinho e o vereador Jonas, na casa do meu irmão, onde se discutiu a eleição da mesa diretora. Quem me procurou foi o então vereador Chico da Quixaba, o vereador eleito Franquis (PDT) e o vereador eleito Camarão (PPS), na casa de um amigo em Atafona. Na ocasião, recebi a proposta de vir a integrar o grupo de oposição, que estava sendo formado para eleger Alexandre Rosa presidente da Câmara no primeiro biênio e Gersinho no segundo. Proposta esta, que imediatamente recusei, uma vez que me elegi com os votos do grupo da prefeita e jamais poderia trair a todos que em mim confiaram. Agradeço a Deus, por me iluminar nessa sábia decisão.
Folha — Como enxerga a possibilidade de Gersinho também se lançar candidato, numa via alternativa? Há chances do mesmo acontecer com Rosa ou Ari? Como uma terceira candidatura forte afetaria a aparente polarização entre os candidatos de Carla e Garotinho?
Aluizio — Enxergo com muita tranquilidade. Quanto a Rosa e Ari, não posso responder por eles. Acredito que uma terceira via dividiria a oposição, pois nosso grupo é vencedor e unido.
Folha — Por falar em Garotinho, você é do PTB, partido que em Campos é forte aliado do grupo político do ex-governador. Como essa questão partidária poderia atrapalhar uma candidatura sua e como poderia influenciar mais lá na frente, caso se eleja prefeito?
Aluizio — Sou do PTB com muito orgulho, partido que em São João da Barra é forte aliado do grupo da prefeita Carla. Não acredito em nenhuma dificuldade. Aliás, o presidente municipal do PTB, Edvaldo Machado, é um grande amigo, assim como o presidente regional, o deputado estadual Marcus Vinícius.
Folha — Caso conquiste a Prefeitura, quais seriam os limites à ação do seu irmão, Guilherme Siqueira, enquanto empresário da construção civil, nas obras públicas do município? Hoje, qual é a atuação dele nesta área?
Aluizio — Guilherme além de irmão é meu padrinho, companheiro e grande conselheiro. Aproveitarei sua larga experiência, de mais de 25 anos de trabalho, como apoio nos projetos de infraestrutura do município e outras demandas. Atualmente, ele é um dos fornecedores de serviços para o Complexo Portuário do Açu. Atua na implantação de investimentos imobiliários, e faz acompanhamento técnico das obras de saneamento básico do município.
Folha — Como líder governista, você é obrigado a encaminhar votações pouco simpáticas, como as negativas aos pedidos de informação sobre os gastos do governo. Na semana passada, os governistas sob sua liderança reprovaram também um pedido de informação sobre consessões de táxi. Diante da vocação turística do município e dos interesses econômicos do Porto, essa discussão não seria fundamental? Por que São João da Barra não tem nenhum táxi operando?
Aluizio — Com certeza. Como líder do governo, tenho conhecimento de um projeto de municipalização do trânsito que está sendo elaborado pelo Executivo. Esse projeto irá organizar nosso trânsito, criará concessões de linhas municipais, como também pontos de táxi. Quanto à reprovação dos pedidos de informação, é uma questão política, já que a bancada governista tem protocolado mais de 15 requerimentos e pedidos de informação sobre o funcionamento daquela Casa de Leis, que nem sequer vão a plenário para discussão e posterior votação. Como diz o ditado: “pau que bate em Chico, bate em Francisco”.
Folha — Como sua experiência enquanto legislador ajudaria se fosse eleito ao Executivo? Sobretudo, como ela poderia melhorar as conturbadas relações presentes entre Prefeitura e Câmara?
Auizio — Tenho orgulho de ser vereador deste paraíso chamado São João da Barra. Principalmente, por está participando deste momento ímpar na história do nosso município. Agradeço a prefeita e amiga Carla, pela confiança em me escolher como líder de um governo vencedor. Um governo, que de forma brilhante, vem melhorando a vida das pessoas que aqui vivem. Através desta liderança , venho aprendendo a cada dia a lidar com as necessidades da população, acrescentando em muito no meu currículo. Temos enfrentado uma oposição radical e sem propósito, que a todo o momento, tenta desestabilizar o governo e assim atravancar o desenvolvimento de São João da Barra. Esta experiência tem me dado maturidade política e equilíbrio para enfrentar as dificuldades e buscar solução para as necessidades do nosso povo.
Fonte: Blog Opiniões
http://www.fmanha.com.br/blogs/opinioes/?p=8446
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